Resenhas

Uma Mulher na Escuridão, de Charlie Donlea | Resenha

‘Uma Mulher na Escuridão’: mais uma leitura eletrizante de Donlea

Mais um suspense de tirar o fôlego. Charlie Donlea virou sinônimo de reviravoltas impensáveis. Para os amantes do gênero, leitura obrigatória. Hoje, basta ver o nome do autor estampado em alguma publicação que já quero conhecer a história. Assim, quando recebemos da nossa parceira Faro Editorial o lançamento Uma Mulher na Escuridão, imediatamente o coloquei como próximo livro na minha lista. Uma trama eletrizante, repleta de segredos e que questiona se realmente conhecemos as pessoas mais próximas de nós.

Uma Mulher na Escuridão narra a história da investigadora forense Rory que, ao limpar o escritório de seu falecido pai, encontra documentos ocultados da justiça de um caso ocorrido há 40 anos. No caso em questão, o assassino é justamente um cliente do escritório de advocacia do seu pai.

No verão de 1979, um assassino conhecido como Ladrão aterrorizou Chicago. Sem deixar pistas ou corpos, ele foi responsável pelo sumiço de cinco mulheres. A polícia pouco sabia sobre o caso. Entretanto, a misteriosa Angela Mitchell começou uma investigação não convencional e descobriu a verdadeira identidade do serial killer. Mas, antes que pudesse provar a sua teoria, Angela desapareceu. E, apenas por este crime, Ladrão foi para a cadeia.

Agora, Rory se vê obrigada a representar o assassino, que está prestes a ganhar liberdade condicional e afirma não ter matado Angela. Quanto mais Rory mergulha no caso, mais se vê envolvida e obcecada por desvendar este mistério. Será que Angela está viva?

Em paralelo à investigação sobre os crimes do verão de 1979, um novo assassino surge, nos dias atuais, replicando o mesmo modus operandi de Ladrão, e Rory se vê dividida entre os dois casos.

Uma Mulher na Escuridão começa neste turbilhão de acontecimentos. As narrativas são bem fragmentadas e contadas em diferentes épocas. Por ter uma boa estrutura de capítulos e indicações temporais, o leitor fica situado na história, mas o excesso de informações dificulta o envolvimento de imediato com a obra. Dos livros que já li de Charlie, Deixada para Trás e Não Confie em Ninguém, a trama de Rory foi a que demorei mais para me engajar. Porém, depois do desenvolvimento dos acontecimentos em torno de Angela, já estava totalmente imerso na publicação.

Uma característica já conhecida de Donlea são as reviravoltas. É incrível a capacidade do autor de surpreender. Logo no meio da leitura, já suspeitava de um dos mistérios de Uma Mulher na Escuridão e confesso que, quando se concretizou o meu palpite, fiquei um pouco frustrado. Como já mencionei em outras resenhas, gosto de ser surpreendido. Porém, antes de chegar a me decepcionar, a trama sofre uma virada que eu fiquei de boca aberta e pensei: “esse é o Charlie que eu conheço”. Realmente, ele se supera!

A partir desta virada, a leitura engatou de tal maneira que Uma Mulher na Escuridão  foi devorado. O clima tenso invadiu as páginas, e fiquei esperando o momento que tudo fosse explodir. De fato, aconteceu. Não da maneira que eu gostaria. Na verdade, senti falta de uma certa dramaticidade e de alguns esclarecimentos. É complicado explicar sem dar spoiler, mas, fiquem tranquilos, prefiro deixar a argumentação vaga do que estragar uma leitura.

A protagonista do livro, Rory, é uma personagem extremamente interessante. No entanto, acredito que algumas questões pessoais ficaram mal resolvidas (não que ela fosse completamente centrada; não é). Como Charlie Donlea já resgatou uma personagem em outra publicação, não me surpreenderia se ela voltasse em uma nova narrativa. História a ser desenvolvida tem. Inclusive, o livro apresenta um caso não solucionado. Será que em breve teremos outro livro com Rory? Espero que sim.

Aliás, se isso acontecer, podem desconsiderar toda a minha reclamação acima.

Uma Mulher na Escuridão é mais uma obra eletrizante e surpreendente de Charlie Donlea. Repleta de personagens instigantes, tensão e reviravoltas. Tudo isso aliado a uma escrita afiada e visceral. Prato cheio para amantes do suspense. Vale a pena acompanhar o trabalho do autor.

Apaixonado por histórias, tramas e personagens. É o tipo de leitor que fica obsessivamente tentando adivinhar o que vai acontecer, porém gosta de ser surpreendido. Independente do gênero, dispensando apenas os romances melosos, prefere os livros digitais aos impressos, pois, assim, ele pode carregar para qualquer lugar.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *