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Conheça A Saga do Tigre, de Colleen Houck

‘A Saga do Tigre’: a coleção que tem todos os requisitos de uma boa trama

Colleen Houck / DivulgaA�A?o
Colleen Houck / Divulgação

Levando em consideração a presença da autora Colleen Houck, que fez o favor de criar a Saga do Tigre para nós, na Bienal do Livro do Rio – e mal podemos esperar para essa gloriosa semana! Vem, Setembro! -, pareceu uma boa ideia falar dessa saga, de quatro volumes, e que tem muito para mostrar.

O primeiro comentário que sinto ser necessário diz respeito à variedade de temas verdadeira e notoriamente presentes em todos os quatro livros. Temos aventura, mistério, romance, mitologia, drama e fantasia – só faltou terror e ficção científica para ficar lindo mesmo. Por causa dessa característica, a Saga do Tigre foi uma das mais completas que já li, e essa completude se mantém presente do início ao fim, em cada um dos livros. Nesse quesito, foi um excelente trabalho da Colleen Houck! Para mim, só isso já é o suficiente para alimentar a curiosidade pela história.

A meu ver, a saga, em sua totalidade, apresenta uma protagonista central, que é a Kelsey, – ela é a narradora, inclusive -; mas há também os irmãos e príncipes indianos, Dhiren – vulgarmente conhecido como Ren – e Kishan; ambos com uma participação indispensável – em minha humilde opinião, eles são mais importantes até do que a Kelsey. Sem esses dois não teria saga – ouso pensar que sem a Kelsey poderia ter uma história, ainda assim.

A trama gira em torno de uma maldição milenar jogada sobre os dois irmãos: eles estavam fadados a permanecer na forma de tigres por toda a eternidade. A menos que cumprissem uma série de tarefas, focadas na mitologia indiana – o que concede à saga uma riqueza mitológica impressionante -, e que os fará viver muitos perigos, aventuras e dramas. E é justamente aí que entra a Kelsey, uma garota americana, que, por acaso, acaba por conhecer o Ren – em forma de tigre branco, e o mais velho dos irmãos. Os dois se sentem atraídos um pelo outro e, a partir daí, a história começa.

Acho que nem preciso dizer que vai ter romance, um triângulo amoroso, corações quebrados, muitas lágrimas e crises sentimentais dignas de uma adolescente histérica por parte da protagonista.

No que concerne à narrativa, há bons e maus momentos. Como eu já disse acima, é uma narrativa em primeira pessoa, o que poderia deixar a história um pouco escassa de detalhes. Mas admito que, quanto à isso, a autora soube contornar muito bem essa dificuldade. No entanto, o fato de ser a Kelsey a narradora deixa o pobre leitor sujeito a todos os seus chiliques e crises existenciais de maneira irremediável. E, é meu dever contar a vocês, amigos, ela tem essas crises com mais frequência do que seria saudável.

Mas, sem pânico! Isso não faz com que os livros não sejam bons. De maneira nenhuma! Não desista da saga.

Porque o Ren e o Kishan conseguem salvar as nossas vidas. Os dois são ótimos personagens. Ouso dizer que, juntos, formam a dupla perfeita, embora não se deem muito bem e tenham graves desavenças dos tempos passados – o que resulta em uma aproximação fraterna e um reconhecimento familiar realmente bonito de ver ao longo da história. Enquanto o Ren é cheio de gentilezas, romântico, responsável e heróico; o Kishan é o típico irmão caçula, implicante, que adora fazer besteira e se dar bem. Sem falar que são dois príncipes indianos dos tempos antigos, exímios guerreiros e pensadores, e, segundo a narração da protagonista – cheia de hormônios -, eles são lindos de morrer.

Vamos, então, a algo que me chamou minha atenção: o vilão – adoro vilões!

A saga tem apenas um vilão, o que eu achei ótimo, por que esse negócio de ficar reciclando caras maus é uma chatice. E tudo dá a entender que o vilão é mau de verdade – do tipo que é mau, não porque precisa, mas porque PODE. Enfim, achei o vilão muito bom.

E, agora, algo realmente importante: o final. Calma! Não vai ter spoiler.

Serei breve: um dos melhores finais de saga que já li. Ponto de exclamação. Novamente dou os meus parabéns à Colleen Houck, porque fazer um final para essa saga não deve ter sido fácil – tinha tudo para dar errado, tinha tudo para ficar sem graça e revoltante.

O que me faz lembrar de uma coisa: tiro o chapéu para a autora, que apresentou um objetivo inicial e o manteve durante a saga inteira. Coisas acontecem no decorrer dessa jornada que a Kelsey e os dois irmãos tigres têm que viver. Mas nada tira o foco da problemática inicial, que é livrar os príncipes da maldição. Ponto para a Colleen!

Quanto ao material físico, tudo o que posso dizer é que beira a perfeição. Todas as capas seguem o contexto de sua própria história, a arte exterior de cada livro se completa com a do seguinte, formando um belo conjunto. Sem falar que são todas lindas. São o tipo de arte que fazem o leitor pensar: “Nossa, essas capas ficariam lindas na minha estante”. A tradução e diagramação também estão excelentes. Um bom trabalho da equipe da editora Arqueiro.

Capas da sA�rie 'A Saga do Tigre': 'A MaldicI�aI?o do Tigre', 'O Resgate do Tigre', 'A Viagem do Tigre', 'O Destino do Tigre'.
Capas da série ‘A Saga do Tigre’: ‘A Maldição do Tigre’, ‘O Resgate do Tigre’, ‘A Viagem do Tigre’, ‘O Destino do Tigre’.

Vale notar também os boatos que rodavam sobre um quinto livro, que se chamaria O Sonho do Tigre. Há aqueles que dizem que a autora parou de trabalhar nesse quinto volume e deu a saga por encerrada com o quarto livro, O Destino do Tigre. Outros dizem que ela ainda está escrevendo. Pessoalmente, eu acho que o quarto livro apresentou, sim, uma conclusão para a história – e, como eu já disse, foi uma boa conclusão.

E não nos esqueçamos do conto A Promessa do Tigre, lançado depois da saga. Conta a história que antecedeu e veio a resultar na maldição dos dois príncipes irmãos.

A Saga do Tigre, de Colleen Houck, muito provavelmente não será a melhor que você vai ler na vida. Mas você tampouco vai estar jogando dinheiro fora. Em momento nenhum me arrependo de ter gastado o meu dinheiro ao comprar ou o meu tempo ao lê-la.

'A Promessa do Tigre', de Colleen Houck / DivulgaA�A?o ‘A Promessa do Tigre’, de Colleen Houck / Divulgação

 

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