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Biblioteca Gaiman – Volume 1, Neil Gaiman | Resenha

Biblioteca Gaiman - Volume 1, Neil Gaiman | Resenha

‘Biblioteca Gaiman – Volume 1’: mergulhando no fantástico mundo de Gaiman mais uma vez

Recentemente, pude ler Biblioteca Gaiman – Volume 1 – cujas histórias foram naturalmente escritas por Neil Gaiman – em formato de HQ, publicada no Brasil pela editora Intrínseca.

Acho que todas as minhas resenhas sobre praticamente qualquer livro do Neil Gaiman deixam bem claro que eu sou uma “Gaimanete” de carteirinha. Diante disso, acho que já sabemos o que vem a seguir: eu adorei! Quando pego alguma coisa do autor para ler, já vou sabendo que irei amar. Então, prepare-se para (mais uma) ode a Neil Gaiman nesta resenha.

Biblioteca Gaiman – Volume 1 nos traz alguns contos do autor em formato de HQ. São seis histórias transformadas para o formato e eu vou falar um pouquinho sobre cada uma — bem pouquinho mesmo, porque eu sou muito boa dando spoilers sem querer, então, melhor prevenir do que remediar.

Biblioteca Gaiman - Volume 1, Neil Gaiman Sumário

‘As noivas proibidas dos demônios da mansão secreta na noite do desafio sinistro…’

Seguindo a ordem, temos As noivas proibidas dos demônios da mansão secreta na noite do desafio sinistro… Pois é, título enorme, impossível de decorar — por isso, apelidei-o carinhosamente de As noivas. Mas não se engane, porque o título enorme  provavelmente foi de propósito, para fazer uma “chacota” com o que acontece ao longo da história. Até mesmo porque não é muito do feitio de Gaiman colocar títulos imensos em suas obras, então, acho que isso faz parte da história em si e realmente faz sentido, se pensarmos assim. E também não se deixe levar pelo conteúdo do título — eu sei porque meio que fiz isso e, quando li, quebrei a cara e vi que a proposta da história era bem diferente do que o título dá a entender. De qualquer forma, esse foi o conto de que eu mais gostei; tanto no que concerne à história em si, quanto à forma como foi traduzido em HQ — eu absolutamente amei a maneira como Shane Oakley criou as imagens e a narrativa visual deste conto. Deu todo um tom e um ritmo muito especiais.

O Sacrifício’ e ‘A Filha das Corujas’

Então, entramos em uma parte do livro chamada Criaturas da Noite, dedicada a dois contos que têm como temática criaturas noturnas — eu sei que acabei de falar o óbvio, desculpe. Ambas as histórias foram ilustradas por Michael Zulli.

A primeira é O Sacrifício. Também gostei bastante deste e acho que, apesar de ser de uma maneira bem diferente do anterior, ele mantém aquela pegada Gaiman — aquela normalidade que, do nada, é confrontada com algo sobrenatural e um bom mistério. Curti muito a história e achei que o estilo da arte se encaixou bem.

Logo em seguida, temos A Filha das Corujas. Neste há uma narrativa bem no estilo de contos de fadas — mas a versão original deles, na qual as desgraças também acontecem. Consegui novamente identificar o toque de Gaiman, que gosta de usar lendas e mitos para as suas histórias.

‘Mistérios Divinos’

Então, saímos de Criaturas Noturnas e entramos em Mistérios Divinos, ilustrado por P. Craig Russel. Apesar de ser apenas uma história, é a parte mais longa de todo o livro e também uma das mais interessantes. Nesta, temos uma mistura de romance policial com thriller e, é claro, muita magia e coisas inexplicáveis, que sabemos que o Gaiman adora — e eu também, diga-se de passagem. Apesar da minha predileção se voltar para o primeiro conto — o do título imenso —, esse eu também devorei, porque eu queria muito saber quem matou Carasel — se quiser descobrir, te aconselho a ler também.

‘A Verdade sobre o Desaparecimento da Srta. Finch’

Depois, voltamos para os traços de Michael Zulli, em A Verdade sobre o Desaparecimento da Srta. Finch. O título já me deixou com várias teorias – que, naturalmente, foram todas postas abaixo, porque não era nada do que eu pensava. É por isso que eu amo Gaiman.

O Arlequin Apaixonado’

Por último, temos O Arlequin Apaixonado, trazido para os quadrinhos por John Bolton. Eu achei essa história muito a cara do Gaiman, que nos apresenta um personagem não muito utilizado, nos faz conhecê-lo e nos apegarmos a ele, para, no fim, dar um tapa na nossa cara e dizer que não é nada daquilo que estamos pensando. Mas tenho que admitir que a forma como a história foi transformada em quadrinho me causou um pouco de estranheza, porém, ao mesmo tempo, eu acho que combinou com o que a trama quer passar — a ideia de que algo está errado e fora do lugar.

Trabalho gráfico

Quanto ao material, está lindíssimo. A arte da capa é ilustrada para esse livro especificamente — eu dou muito valor a essa exclusividade do material —, contém elementos de cada uma das histórias — eu adoro isso em capas de livros — e está lindíssima. Temos a fitinha maravilhosa para marcar páginas e a diagramação está excelente.

Ansiosa para o segundo volume

Enfim, achei que cada história tem aquele toque de Gaiman, que traz o sobrenatural, o inexplicável e o absurdo tão para dentro da narrativa que até parece normal, como se a falta desse impossível é que fosse algo anormal. Acho que esse é um dos motivos de eu gostar tanto das obras do autor e estou aguardando ansiosamente o segundo volume da Biblioteca Gaiman.

Título: Biblioteca Gaiman – Volume 1 Autor: Neil Gaiman | Ilustradores: Shane Oakley, Michael ZulliP. Craig Russell e John Bolton | Tradução: Stephanie Fernandes | Editora: Intrínseca | Páginas: 288

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