Clássicos Sem Medo,  Especiais

Clássicos Sem Medo #1 | Sweeney Todd

Olá, pessoal!

Começo aqui o projeto Clássicos Sem Medo, no qual irei compartilhar com vocês as minhas experiências com algumas das principais obras literárias mundiais. Sabe aquelas que todo mundo diz que leu ou quer ler, mas, na verdade, nunca chegou perto? Ou, talvez, até tenha vontade, mas ainda guarda aquele receio de “será que vai ser uma leitura difícil e/ou interessante”?

Pois então vamos ao primeiro post dessa aventura que, além de desmistificar os clássicos literários, também me ajuda a avançar neste mundo e a liberar um tiquinho da minha estante abarrotada (quem nunca?).

O primeiro título escolhido foi Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco de Fleet Street, que foi escrito por Thomas Peckett Prest e James Malcolm Rymer, entre os anos de 1946 e 1947, através de fascículos publicados no jornal “Penny Blood”. Ele foi lançado aqui no Brasil em uma edição linda, de tirar o fôlego, da maravilhosa Editora Wish.

Sinopse

Todas as melhores tortas são feitas com ingredientes de qualidade. No caso das tortas da Sra. Lovett, o ingrediente principal é muito macabro. Logo ao lado de sua loja, na Rua Fleet, fica a barbearia de Sweeney Todd. Após alguns incidentes, eles resolvem fazer uma parceria de crime para limpar a cidade das carnes menos honráveis… e lucrar com isso.

Sweeney Todd é um simples barbeiro, mas logo Tobias, seu novo assistente, começa a ver padrões que o assustam. Sempre que alguém mais abastado entra, Sweeney o manda fazer algo na rua e, quando ele volta, o cliente simplesmente sumiu, muitas vezes deixando algum pertence que nunca volta para buscar. Paralelamente, Johanna está à espera de seu amado e aquele que foi enviado para lhe dar notícias também some, depois de entrar na barbearia de Todd. Com várias pequenas histórias se entrelaçando, ganhamos uma miríade de personagens cativantes que, sem saber, contribuirão para acabar com todos os malfeitos do barbeiro.

O que eu achei?!

Sei que muitos leitores têm receio de ler livros clássicos com medo de uma linguagem mais rebuscada e de difícil entendimento. Esse aqui, com certeza, não é um desses. Como foi escrito para ser meio de entretenimento para classes mais baixas e com menor escolaridade, sua linguagem é simples e instigante, de modo a fazer o leitor daquela época comprar a próxima edição do jornal. 

Temos aqui personagens carismáticos, pelos quais torcemos a todo momento, e aqueles (Todd) que queremos que seja levado à forca por todas as suas maldades.

Gostoso e rápido de ler!

Curiosidades e Ambientação

Com a Revolução Industrial, a Londres vitoriana sofreu um número considerável de transformações e, entre elas, um aumento  populacional expressivo. Estamos falando de basicamente triplicar o número de habitantes em menos de um século. Consequentemente, uma maior busca por informação e entretenimento ocorreu. Com o governo implementando medidas de alfabetização em massa, o mercado editorial precisou fazer modificações para se adaptar aos novos tempos, visto que seu público tinha um estilo de vida e poder aquisitivo que não lhe permitia comprar livros inteiros a preços altos e que também não se interessava por textos acadêmicos. Eles queriam ficção.

Mas por que essas histórias de terror faziam tanto sucesso entre os vitorianos?

A resposta provavelmente está ligada à literatura gótica do século XVIII, com narrativas que oscilavam entre as leis convencionais e as possibilidades sobrenaturais, mas, ao invés de seus enredos estarem situados em castelos, igrejas e lugares remotos, essas histórias são trazidas para a cidade e para a vida cotidiana do leitor. O terror está intimamente ligado às possibilidades do mundo doméstico de seus leitores e ao fato de que o vilão poderia ser qualquer pessoa de sua convivência.

Atualmente, essa história que fez tanto sucesso antes da virada do século XX é mais conhecida pelo filme musical dirigido por Tim Burton, com Johnny Depp no papel do infame barbeiro e Helena Bonham Carter como a sra. Lovett, responsável por vender as melhores tortas de toda Londres.

Termômetro do clássico

 

 

 

 

 

Título: Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco de Fleet Street Autores: Thomas Peckett Prest e James Malcolm Rymer | Tradução: Carolina Caires Coelho | Editora: Wish | Páginas: 320

Provavelmente a estranha no ninho do grupo. Menina de exatas no meio da galera de humanas. Uma completa apaixonada por livros que precisa urgentemente diminuir a quantidade de livros que ficaram encalhados na estante.

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