Resenhas

Sua Alteza Real, de Rachel Hawkins | Resenha

Imagina curar um coração partido indo para as Terras Altas da Escócia e, quem sabe, se apaixonando por ninguém menos do que uma princesa? Parece história de contos de fada, né? Pois é o que acontece com Millie em Sua Alteza Real, segundo livro do universo de Como Sobreviver à Realeza, de Rachel Hawkins, publicado pela editora Alt.

Millie Quint é uma jovem que acaba de passar por uma desilusão amorosa após ver a sua quase melhor amiga/quase namorada com outra pessoa. É aí que ela resolve deixar tudo para trás e se aventurar numa nova etapa e em outro país. Mais precisamente num dos colégios mais exclusivos do mundo, onde ela ganha uma bolsa, que fica naquele cenário de filme das belas Terras Altas da Escócia. Ali ela, com certeza, poderia recomeçar, certo? Talvez não. O único problema é que sua colega de quarto é literalmente uma princesa. E não qualquer princesa. Mas a mimada princesa Flora. Da Escócia. É claro que, num primeiro momento, as duas não se entendem. Mas, depois, Millie parece estar revivendo tudo novamente. Só que, dessa vez, ela não quer ser deixada para trás, substituída. E acha que são poucas as chances de um final feliz. Será?

Rachel Hawkins já havia me conquistado com a sua escrita e a sua narrativa em Como Sobreviver à Realeza. E, ainda que eu continue preferindo o primeiro, Sua Alteza Real também foi uma leitura muito gostosa e divertida. O texto de Rachel é ágil, sem muito enrolação. Bem objetivo e leve, de forma que a gente realmente não percebe o tempo passar. Por mais diferentes que sejam, de certa maneira, Millie me lembrou um pouco Daisy no carisma. É impossível não simpatizar com ela e não torcer por sua felicidade e pelo seu coração. Millie é inteligente – muito – e cativante, mas precisa de um pouco mais de autoestima e de segurança. A sua estadia na Escócia, no meio de tanta gente importante e de uma realidade completamente diferente da sua, rendeu momentos bem engraçados – talvez, um pouco constrangedores também? -, e simplesmente adorei a sua amizade com Sakshi (maravilhosa) e Perry. E foi bem interessante também ver Millie se redescobrir e começar a se ver como a garota incrível e especial que é.

Já com Flora, eu tive meus momentos, sabe? O tempo todo eu tentei entender os motivos do seu comportamento e das suas atitudes e a origem de toda essa carcaça de menina problemática. É claro que há toda uma bagagem ali, um histórico emocional, maaaaas, ainda assim, não acho que sejam justificativas para algumas de suas decisões. Ela pode ser uma princesa, mas não deixa de ser uma chata e inconsequente, quando quer, até mesmo egoísta, sem pensar que seus atos podem interferir diretamente na vida de outras pessoas que não possuem os seus privilégios. Dito isso, a verdadeira Flora, a Flora autêntica, até que consegue ser bem bacana quando quer. E, olha, gente, se tem uma coisa que Millie e Flora têm é química! Sabe aquele casal que aparentemente uma não tem nada a ver com a outra, mas, no fundo, elas se completam? Então.

Ah, Sua Alteza Real também conta com algumas participações ilustres do primeiro livro que me deixaram com um sorriso no rosto. Já amei o feat e queria um terceiro livro só pra mostrar todo mundo junto no rolê. Ainda que algumas partes do livro tenham passado de forma mais superficial – o que também acontece com Como Sobreviver à Realeza -, não é nada que tenha me incomodado tanto. Acho que um pouco mais da família de Millie e uma presença maior de Lee (taí um personagem com potencial desperdiçado) seria muito interessante também. No geral, Sua Alteza Real é fofo, engraçado e romântico. Aquela leitura boa de uma tarde bastante agradável (e, de preferência, na Escócia).

Título: Sua Alteza Real | Autora: Rachel Hawkins | Tradução: Vic Vieira |Editora: Alt | Páginas: 304

Jornalista de coração. Leitora por vocação. Completamente apaixonada pelo universo dos livros, adoraria ser amiga da Jane Austen, desvendar símbolos com Robert Langdon, estudar em Hogwarts (e ser da Grifinória, é claro), ouvir histórias contadas pelo próprio Sidney Sheldon, conhecer Avalon e Camelot e experimentar a magia ao lado de Marion Zimmer Bradley, mas conheceu Mauricio de Sousa e Pedro Bandeira e não poderia ser mais realizada "literariamente". Ainda terá uma biblioteca em casa, tipo aquela de "A Bela e a Fera".

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