Durante toda essa semana, estaremos participando da Semana Especial Clássicos Intrínseca, promovida pela editora Intrínseca, na qual escolhemos falar sobre um livro que praticamente já faz parte da família: Extraordinário, da incrível R.J. Palacio. No primeiro texto, contamos um pouquinho da nossa relação com a obra. Mas por que gostamos tanto deste livro? O que ele tem de tão especial? Bom, é sobre isso que vamos falar hoje. Ou melhor, teremos o prazer de apresentar a história de Auggie para vocês.
Extraordinário apresenta August Pullman, o Auggie, um garotinho de 10 anos muito esperto. Ele nasceu com uma síndrome genética que o deixou com uma grave deformidade facial. Como, ao longo da vida, Auggie precisou passar por inúmeras cirurgias e enfrentou diversas complicações, ele nunca chegou a ir para a escola. Mas, com sua personalidade forte e carismática, o menino comunicou à família que havia chegado a hora de viver esta experiência, apesar de todo o receio da mãe.
E, assim, com a coragem que mostra desde que nasceu, ele, enfim, inicia o quinto ano numa escola particular de Nova York. Se ser o novo aluno já é muito difícil, ser um novo aluno como Auggie, é um verdadeiro desafio. Isso porque, mais do que nunca, Auggie terá como missão mostrar a todos que, sim, é um menino como outro qualquer e fazê-los enxergar muito além da aparência.
Dentre as inúmeras qualidades de Extraordinário, sem dúvida, o fato de a narrativa ser apresentada não apenas sob o ponto de vista de Auggie, mas também de seus familiares e amigos, é a melhor delas. Porque humaniza os personagens e a história de uma maneira muito natural e leve. Palacio nos mostra como os pais, a irmã e os colegas da escola absorvem o impacto de Auggie em suas vidas. Aliás, esse ambiente escolar é simplesmente sensacional, com personagens emblemáticos e extremamente bem construídos e desenvolvidos. Essas crianças representam as melhores facetas do ser humano e nos fazem querer ser indivíduos melhores. Algumas das minhas partes favoritas do livro se passam na escola.
A dinâmica da família Pullman, por sua vez, é inspiradora. São personagens tão reais, tão verdadeiros que poderiam ser qualquer um de nós. E é aí, mais uma vez, que Palacio nos presenteia com sua escrita. Porque, com certeza, essa não é uma realidade fácil. Ser o Auggie não é fácil. Mas também não é fácil você ser uma mãe, um pai e uma irmã nessa situação. Palacio nos diz que está tudo bem se não conseguirmos ser fortes o tempo todo. Está tudo bem chorar, ter raiva e, até mesmo, certo ressentimento. Ninguém é de ferro. Mas, no fim e acima de tudo, o amor é maior do que qualquer obstáculo, tanto físico quanto psicológico. E a dor, quando se tem amor, vira um aprendizado. As lágrimas se transformam em sorriso. E Extraordinário é bem isso. Momentos de muita emoção mesclados com seriedade e descontração. É um livro que fala sobre bullying, sobre amizade, família. Sobre ser uma pessoa melhor. Ser humano.