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Desafiadores do Destino – Disputa por Controle, de Felipe Castilho, Mauro Fodra e Mariane Gusmão | Resenha

‘Desafiadores do Destino’: acabou rápido demais, mas tem grande potencial

Estou na vibe de ler HQs — não sei nem por que —, mas vamos lá.

Desafiadores do Destino: Disputa por Controle foi lançada em 2018, pela Editora Avec, que tem dado espaço para alguns bons autores nacionais. Não tenho muitos livros deles, mas os que eu tenho não me decepcionaram.

Essa HQ foi um projeto criado por três artistas. Um deles é Felipe Castilho, que escreveu o roteiro — ele também escreveu Ordem Vermelha: Filhos da Degradação, que foi lançado no início de 2018 pela editora Intrínseca, e é bem legal também —; o outro é Mauro Fodra , que criou as imagens e personagens; e, por fim, mas não menos importante, a Mariane Gusmão, responsável pela coloração.

A obra está muito bonita e o universo criado parece ser interessante, mas, nesse primeiro volume, ele me pareceu muito pouco explorado. Provavelmente, porque essa primeira HQ da série está absurdamente curta, então tudo o que puderam mostrar foi um pouco da história dos personagens e um tico do universo da história.

Disputa por Controle nos leva até um conflito territorial entre os reinos Lemúria e Atlântida. E, no meio disso, ainda tem os moradores locais da ilha visada pelos dois adversários. Para resolver esse problema, a ORU — Organização dos Reinos Unidos — decide enviar uma equipe de pessoas excepcionais em uma missão diplomática, na tentativa de dar um fim ao embate.

E esse grupo diplomático — que, na verdade, tem mais cara de um bando de doidos mercenários — é composto por: Lune Lefevre, a líder do grupo que esconde muitos assombros não apenas em seu passado, mas em seu próprio corpo; uma mulher indestrutível com uma história trágica e muito desejo de vingança; um gênio maluco, rival do Dr. Frankenstein — achei isso engraçado —; um meio-atlante milionário com poderes atlantes bizarros; e um tipo de guerreiro índio, conhecedor de umas técnicas ocultas dos povos indígenas que prometem ser bem surreais.

A história em si é uma grande promessa. Pelo que vi do mundo que criaram, tem muito a ser explorado e, com a habilidade dos artistas visuais desse projeto, fica difícil não chamar a atenção do leitor.

Os personagens parecem ser bem formados e todos possuem um passado interessante. Mas, como esse primeiro volume foi bem curtinho, nenhum deles conseguiu se sobressair de verdade, o que pareceu um desperdício.

Se eu pudesse dar um conselho para a editora, diria para que se preocupassem mais em apresentar uma boa história para o leitor do que em vender uma HQ com o menor preço possível.  Uma boa história nunca é cara demais.  

Quanto ao trabalho da editora, tirando esse fato de o livro ser extremamente curto — coisa que eu não sei se foi uma decisão da editora ou do autor e dos artistas —, todo o restante está excelente.

Em outras palavras, a história tem muito potencial para ser bem doida — um doido bom. Mas admito que eu esperava mais. De qualquer forma, não posso dizer que a obra não é boa e continuo com muita expectativa para o segundo volume.

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