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Mentes Sombrias, de Alexandra Bracken | Resenha

Um vírus bem peculiar invadiu os Estados Unidos: em poucos dias, a maioria das crianças foi dizimada e as que sobreviveram adquiriram poderes super humanos. Ruby foi uma delas. A menina, de então 10 anos, foi levada para um acampamento – ou melhor, um campo de concentração – e catalogada de acordo com sua nova habilidade. A questão é que, sem as suas crianças e com um vírus sem precedentes, o país perdeu força e entrou em um completo caos. As crianças sobreviventes parecem estar sozinhas nessa nova vida, tentando entender e dominar seus novos poderes. Essa é a premissa de Mentes Sombrias, de Alexandra Bracken, publicado pela Intrínseca neste ano.

Ruby viveu em isolamento por seis anos. Presa a uma rotina rodeada por muros, normas e soldados armados, ela escondeu da catalogação seu verdadeiro poder e convive com o medo do descontrole. Quando, por um milagre, escapa de Thurmond, seu acampamento, encontra em outras crianças uma nova possibilidade de ter um lar, mesmo que perseguida por caçadores de recompensas e pela polícia especializada. É uma nova janela para rever o mundo e, quem sabe, encontrar o oásis dos superpoderosos da geração.

Mentes Sombrias me entusiasmou no meu primeiro contato com a história, no trailer do filme protagonizado por Amandla (maravilhosa) Stenberg,  que foi lançado também neste ano. No momento em que vi que a Intrínseca relançaria a história em uma nova edição, sabia que precisava lê-la. Eu estava precisando de uma boa distopia – um novo Jogos Vorazes, com uma pitada de Fúria Vermelha, quem sabe – e as expectativas estavam lá no alto. Afinal, uma história que misturava X-Men com Divergente prometia, não é?

Pois as expectativas foram lá para baixo. Mentes Sombrias, para mim, não soube inovar e caiu no mais do mesmo. É uma história “ok”, que funcionou para o filme, mas não trouxe muito de diferente, não soube aparecer dentro do seu gênero. A escrita de Bracken é boa, mas um pouco arrastada demais, tanto que a leitura não flui e, com certeza, não se tornou um page turner. Os momentos de ação demoram para acontecer e, quando finalmente acontecem, terminam rápido demais e criam mais bagunça do que resolvem novos desafios.

Vou ser bem sincera nesta resenha: não consegui terminar o livro. Lutei, lutei e lutei. Intercalei com outras leituras. Cheguei à página 273 e… Foi isso. Tudo era muito previsível. A protagonista não me cativou, muito menos o casal principal. Minha opinião é que um casal, agora, nem precisava entrar na história. Quem sabe em um segundo volume. O que eu senti foi que Bracken pegou todos os elementos principais das distopias, colocou na mesma panela e mexeu, mexeu, seguindo uma receita de bolo bem conhecida. Sem o toque do confeiteiro, sabe?

Não sei, viu? Mas Mentes Sombrias parecia ser mais. Talvez suas continuações melhorem a história, mas eu não devo pegá-las para ler. Essa é a primeira resenha completamente negativa que fiz e isso me incomoda muito. Por isso, deixo um ponto positivo: a edição da Intrínseca ficou impecável, da tradução ao projeto gráfico. Meus sinceros parabéns. Quanto à história… Espero que outros tenham gostado. Se não, segue o bonde.

Apaixonada por música, cinema, séries e literatura, história mundial e andar de bicicleta. Sonha em ter muitos carimbos em seu passaporte, mas por enquanto escreve sobre o que leu, viu e gostou no Anatomia Pop.

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