Entrevistas

Mari Ramos encara com humor e leveza as desilusões amorosas em ‘Manual do Coração Partido’

Escritora carioca autografa o seu livro de estreia na Bienal do Livro Rio 2017 neste sábado (9)

Ah, o amor. O sentimento mais forte, mas intenso. E, muitas vezes (ou, na maioria delas), complicado. Amar é se doar, se realizar e também ter o coração partido. Quem nunca? O problema é como lidar com os momentos em que esse amor não é correspondido ou acaba não sendo do jeito que idealizamos. Pensando nisso, e em trazer um pouco de humor para aquelas horas em que só conseguimos pensar em lágrimas, a carioca Mari Ramos escreveu o Manual do Coração Partido – Como Sair da Pior e Dar a Volta por Cima, lançado pela editora BestSeller, selo do Grupo Editorial Record. Inclusive, a autora autografa a sua obra de estreia neste sábado (9), às 11h, no estande do Grupo Editorial Record, na Bienal do Livro Rio 2017.

Facebook: editora BestSeller

O humor, aliás, é o diferencial do livro, segundo Mari. O objetivo era justamente apresentar uma perspectiva divertida para tirar o peso da situação. Tanto que ela fala com propriedade de causa, uma vez que se inspirou em experiências próprias e também de amigas.

“Acho que a principal diferença está no olhar que o livro lança para a ideia de autoajuda, pois, apesar de ser um livro desse gênero, fazemos piada o tempo todo com isso”, explicou Mari em entrevista ao Vai Lendo. “Não no sentido do desmerecimento, mas porque a temática pode ser pesada e optamos por tratar de maneira leve e natural. As frases de efeito estilo ‘siga em frente’, ‘vamos que vamos’, por exemplo, tudo isso é abordado no livro, mas tentei fugir do protocolar e brincar com ideias nada ortodoxas, como ‘se joga na tristeza’, ‘cante Evidências na frente do espelho’, ‘abra uma garrafa de vinho’ etc”.

Foto: arquivo pessoal
Para Mari, o Manual do Coração Partido veio para suprir uma necessidade própria de ter algo com o qual se identificasse nos momentos de “fossa”. Após observar o ambiente à sua volta e prestar atenção nela mesma e em como lidava com esses momentos, Mari viu que as pessoas simplesmente precisam compartilhar as suas histórias. E essa troca ajuda muito durante todo o processo. Mas ela percebeu que isso poderia ser muito mais leve, como numa “conversa de bar”.

“Não fiz entrevista com ninguém, o que assustaria!”, declarou. “Houve muita conversa de bar, que é, de fato, a proposta do livro. No fundo, todo mundo adora falar sobre esse tema, principalmente quando está sofrendo! Eu me lembro de querer ter uma companhia na época da fossa e ver meus amigos de saco cheio da ladainha (risos). Todo mundo quer ‘desabafar’.  E as histórias, minhas e dos outros, aparecem diluídas no texto, de forma natural, como uma alegoria mesmo. O Manual surgiu porque, todas as vezes em que eu procurava algo com o qual me identificasse no momento da dor do amor, não encontrava. Ou era uma abordagem muito intelectualizada, ou era autoajuda doutrinatória. Poucos livros tinham uma pegada leve, no estilo do filme Ele não Está Tão A Fim de Você, por exemplo. Eu quis trazer isso para a nossa realidade. E via também que as pessoas, em reuniões sociais, ansiavam pelo momento em que, deixados os assuntos mais sérios, formais, de lado, poderiam começar a falar sobre amor e sexo (risos). E as solteiras queriam compartilhar suas histórias. Pensei: ‘cara, isso é muito natural para ser deixado de lado’. E quis escrevê-lo!”.

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Formada em Letras, Mari confessou, no entanto, não acreditar que poderia seguir na carreira literária, apesar de querer viver de Literatura. Felizmente, de acordo com ela, entendeu que “há espaço para todo o tipo de literatura” e, então, começou a correr atrás do sonho. E a decisão não poderia ter sido mais acertada. Tanto que, além do retorno dos leitores e da possibilidade de conhecê-los pessoalmente na Bienal, ela já adiantou para o Vai Lendo que está trabalhando em um novo livro.

“Estou tendo aos poucos o retorno dos leitores e é muito divertido”, concluiu. “As pessoas chegam à mesma abordagem cômica do livro, alguns falam que precisam muito, outros que já querem encomendar o segundo (risos). Eu fiz questão de colocar logo na capa a ideia central do livro: ser uma brincadeira séria com o sofrimento! Então, mesclamos signos com uma taça de vinho, o celular, chocolate etc, porque isso daria a ideia leve e realista da obra. Agora com a Bienal e com o lançamento dei uma pausa, mas estou escrevendo um romance, dessa vez. Ainda está muito no começo, mas estou gostando. Tenho também vontade de ‘ficcionalizar’ o Manual e transformá-lo em contos sobre o amor”.

Jornalista de coração. Leitora por vocação. Completamente apaixonada pelo universo dos livros, adoraria ser amiga da Jane Austen, desvendar símbolos com Robert Langdon, estudar em Hogwarts (e ser da Grifinória, é claro), ouvir histórias contadas pelo próprio Sidney Sheldon, conhecer Avalon e Camelot e experimentar a magia ao lado de Marion Zimmer Bradley, mas conheceu Mauricio de Sousa e Pedro Bandeira e não poderia ser mais realizada "literariamente". Ainda terá uma biblioteca em casa, tipo aquela de "A Bela e a Fera".

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