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The Kiss of Deception, de Mary E. Pearson | Resenha

‘The Kiss of Deception’: impossível parar de ler

Depois de ter ouvido falar bastante bem do livro The Kiss of Deception, primeiro volume das Crônicas de Amor e Ódio, de Mary E. Pearson, publicado pela Darkside Books, achei que valia a pena ler para confirmar os boatos.

Não posso dizer que me decepcionei, eu curti a leitura.

O livro é narrado em primeira pessoa, em grande parte pela princesa Lia, cujo nome é longo demais para que eu, uma mera mortal, possa me lembrar detalhadamente – então, vamos tratá-la pelo apelido mesmo, que é mais bonitinho.

Lia, contrariando o desejo geral de quase todas as mulheres do mundo – estou generalizando –, não quer mais ser a princesa do reino de Morrighan, principalmente depois de se ver forçada a se casar com um príncipe que ela nunca viu na vida – e que ela pensa ser um velhaco de duzentos anos. Então, ela faz o que toda garota sensata faz.

Ela foge. Junto com sua fiel escudeira, Pauline – brincadeira, a Pauline é meio que uma dama de companhia –, ela foge para a cidade de Terravin, onde passa a ter uma vida completamente diferente.

Mas é claro que as coisas não poderiam ficar tranquilinhas assim. O fato é que a fuga de Lia causou um rebuliço monstruoso no reino e, principalmente, nas relações entre o reino de Morrighan, Dalbreck – terra natal do príncipe ao qual ela havia sido prometida – e Venda, um reino, para todos os efeitos, misterioso e, para todos os fins, perigoso.

Bom, já deu para perceber que a vida da Lia vai se tornar um pouquinho complicada, principalmente quando duas figuras muito peculiares vão atrás dela com objetivos distintos, mas bem interessantes – de vez em quando, essas duas personagens narram alguns capítulos também.

Então, se você quiser saber mais, eu acho muito bom que leia The Kiss of Deception.

‘The Kiss of Deception’, de Mary E. Pearson / Divulgação DarkSide Books

Bom, não tenho absolutamente nenhuma reclamação quanto à narrativa e a montagem da história em si. A linha de pensamento e narração da Lia é coerente e, até mesmo, divertida – o mesmo pode ser dito dos outros dois personagens. A montagem da história está bem feita, tudo parece se encaixar, as perguntas certas são respondidas e, ao mesmo tempo, novas indagações surgem para o próximo volume. A autora soube trabalhar isso muito bem.

A história tem drama, romance, aventura e fantasia; tudo isso em dosagens perfeitas.

As personagens são bem formadas e eu acho difícil que o leitor não se apegue a uma delas – eu me apeguei a uma, devo admitir, se bem que isso não é muito difícil.

Apenas três coisas me incomodaram um pouco. Uma delas foi o início, que eu achei um pouco enfadonho e, francamente, muito previsível. Mas isso é superado depois de algumas páginas, quando a história realmente decola e se torna bem difícil parar de ler. A outra foi uma coisinha que eu senti nos diálogos entre personagens masculinas, bem como em suas narrações; me pareceram femininos demais, de vez em quando – eu achei isso um pouco esquisito, mas acho que é uma questão de ponto de vista. E a terceira foi que eu realmente não consegui entender o motivo do título – The Kiss of Deception –, não vi a ligação dele com a história – estou tentando até agora ligar uma coisa à outra, já fiquei um tempo em profunda meditação sobre esse título – e o mesmo vale para o nome da trilogia em si – Crônicas de Amor e Ódio. Se alguém entendeu, por favor, me diga, porque eu estou realmente encucada com isso. Devo ter perdido alguma coisa durante a leitura.

‘The Kiss of Deception’, de Mary E. Pearson / Foto: Carol Defanti

Mas a verdade é que eu gostei do livro, principalmente da segunda metade – foi quando eu percebi que não conseguia parar de ler e, quando parava, eu ficava toda distraída me perguntando o que ia acontecer, o que me fez ouvir algumas reclamações das criaturas com quem eu convivo no dia a dia, que entraram em um estado de carência sem precedentes.

Quanto ao trabalho da editora, está muito bom. A apresentação do material físico está maravilhosa, como é o costume da Darkside. A diagramação está boa, embora eu deva dizer que, para os padrões da editora, está simples. A capa está bacana – não faz muito o meu estilo, mas está condizente com a história. Enfim, a editora fez um excelente trabalho, como de costume.

Bom, não posso dizer que The Kiss of Deception me surpreendeu, mas estaria mentindo se dissesse que não curti bastante a leitura e isso se deve à habilidade da autora com a narrativa – tendo os tradutores, é claro, feito bem a sua parte. E eu estou ansiosa para começar o segundo volume.

Recomendo a leitura.

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