Entrevistas

Entrevista: Bruno Atti

O Vai Lendo entrevistou o farmacêutico caxiense Bruno Atti, de 32 anos, que se descobriu escritor e publicou o seu primeiro livro, ‘O Legado do Führer’, pelo selo Quatrilho, uma obra que envolve história, mistério, realidade e ficção

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‘O Legado do Führer’, de Bruno Atti / Divulgação

Nunca é tarde para descobrir e realizar novos sonhos e revelar talentos, até então, ocultos. Que o diga Bruno Atti, farmacêutico caxiense de 32 anos, que, há dois, também se viu como escritor. Autor de O Legado do Führer, seu romance de estreia publicado pelo selo Quatrilho, da editora Belas-Letras, ele mistura em seu primeiro livro ficção e realidade, a partir da invasão das tropas de Hitler à capital francesa, em 1940, até Buenos Aires, em 2012, numa trama que envolve mistério, história, Polícia Federal e o FBI. E é justamente isso o diferencial da obra, segundo o autor, que também tem como objetivo  debater a questão da intolerância social e racial.

“Sempre gostei de estudar história”, afirmou Atti em entrevista ao Vai Lendo. “Todas as questões que envolvem a Segunda Guerra sempre despertaram minha curiosidade. A mitologia criada em torno dos nazistas, as grandes batalhas, os líderes e personagens da guerra. Tudo isso sempre me fascinou. Talvez, por esse fascínio, por toda a polêmica e mística envolvidas, achei que daria um belo pano de fundo para uma história. Acredito que o diferencial do livro é o fato dele ser dinâmico, de aliar passagens e personagens históricos a uma trama ficcional, que prende o leitor e o faz sempre buscar a próxima página. Outro fator importante é a abordagem dos seguidores do chamado neonazismo (de forma a apresentar que a intolerância social e racial ainda persiste entre nós nos dias atuais)”.

Para quem sempre foi incentivado a ler pelos pais – “dos gibis da Turma da Mônica, a coleção do Monteiro Lobato a Sherlock Holmes e outros” -, a escrita veio naturalmente, de acordo com o Atti, e de maneira intensa. Tanto que o seu desejo, agora, é seguir carreira na literatura, mesmo conseguindo conciliar com o seu trabalho como farmacêutico. E, mesmo com toda a pesquisa que o tema exige, o autor exaltou a experiência e o prazer ao desenvolver o livro.

“Há dois anos, eu simplesmente encarei uma tela em branco e, depois que comecei, não consegui mais parar”, explicou. “Minha maior preocupação durante o processo de escrita foi pesquisar bem os detalhes históricos, pois não queria – mesmo se tratando de ficção – passar ao leitor dados incorretos. De resto, o processo foi uma grande diversão. Minha expectativa é promover entretenimento e boa literatura e eu espero apenas que o público goste das minhas histórias e possa se divertir com meus livros.  Se eu pudesse escolher, meu desejo seria de ganhar a vida contando histórias”.

Por falar em outras histórias, Atti – que teve o seu primeiro livro produzido através do financiamento da Lei de Incentivo à Cultura de Caxias – confirmou que teve um novo projeto literário, intitulado Praia da Rocha, recém-aprovado pelo programa de Financiarte da Prefeitura de Caxias do Sul, que espera poder publicar ainda no começo de 2017. Ele também contou que possui 10 manuscritos já prontos apenas aguardando revisão e que trabalha, no momento, no 11º.  Para o autor, os editais ajudam a promover e a estimular a literatura nacional, uma vez que, em sua opinião, o mercado editorial ainda é muito fechado aos novos escritores desconhecidos do público.

É a chance de novos escritores poderem dar seu primeiro passo em busca de reconhecimento”, ressaltou. “Foi muito importante ter o projeto aprovado para o financiamento, pois seria difícil conseguir publicar o livro sem a lei de incentivo. Acho que, entre as maiores dificuldades, está justamente a de encontrar uma editora que resolva apostar em um escritor desconhecido do público. Enfrentamos um mercado que não abre tanto espaço para aqueles que ainda não tiveram o seu nome repetido muitas vezes. Talvez, seja mais fácil vender livros simplesmente estampando na capa um nome famoso. Tive muita sorte de contar com o apoio da Editora Belas-Letras (aqui de Caxias do Sul), que possui o selo Quatrilho, no qual eles ajudam escritores iniciantes a se lançarem em um mercado tão competitivo e fechado”.

Jornalista de coração. Leitora por vocação. Completamente apaixonada pelo universo dos livros, adoraria ser amiga da Jane Austen, desvendar símbolos com Robert Langdon, estudar em Hogwarts (e ser da Grifinória, é claro), ouvir histórias contadas pelo próprio Sidney Sheldon, conhecer Avalon e Camelot e experimentar a magia ao lado de Marion Zimmer Bradley, mas conheceu Mauricio de Sousa e Pedro Bandeira e não poderia ser mais realizada "literariamente". Ainda terá uma biblioteca em casa, tipo aquela de "A Bela e a Fera".

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