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Lista: o Brasil através das páginas

Com a Páscoa chegando, nada melhor do que aproveitar os dias de folga para colocar a leitura em dia, certo? Se for acompanhada de chocolate, melhor ainda, então. Pensando nisso, o Vai Lendo preparou uma lista com dicas para os nossos leitores. Mas, dessa vez, levando em conta o momento turbulento pelo qual o país passa, resolvemos reunir títulos que trazem um pouco (ou bastante) da história do Brasil, através dos mais variados pontos de vista, desde os primórdios do descobrimento até o momento atual. Portanto, é hora de juntar o útil ao agradável para também nos aprofundarmos sobre as nossas origens e o nosso futuro. Confira abaixo as sugestões e Feliz Páscoa:

1) ‘Assim Se Pariu o Brasil’, de Pedro Almeida Vieira (Sextante)

'Assim Se Pariu o Brasil', de Pedro Almeida / Divulgação
‘Assim Se Pariu o Brasil’, de Pedro Almeida / Divulgação

Três séculos de invasões, rebeliões e outras calamidades do período colonial ao nascimento do Brasil.

Há mais de 500 anos houve um pequeno povo, oriundo de um minúsculo pedaço da Europa, que descobriu, diz-se por engano, um pedaço da costa sul-americana. E depois mandou para lá mais naus. E mais gentes. Por lá atacou índios e foi atacado por eles, aliou-se a nativos, procriou com índias, trouxe negros da África, procriou com negras, mandou jesuítas pregarem terra adentro, meteu-se em cultivos e garimpos, perambulou pelo sertão, navegou por rios parecidos com o mar. Ainda lidou com a cobiça de outros países europeus sedentos em filar seu quinhão. Tudo isso só poderia resultar em sangue e crueldade, mas bem misturado com coragem e sagacidade.

Neste livro, Pedro Almeida Vieira mostra como um “rato” (Portugal) pariu uma “montanha” (Brasil). Com ilustrações de Enio Squff, a obra relata 25 dos mais fundamentais episódios da História colonial. Conhecer isto, por meio da pena de um português, talvez ajude a compreender por que o Brasil nasceu quase sem dramas (ao contrário dos outros países sul-americanos), e depois cresceu assim, como se sabe. A “culpa”, sempre se pode dizer, foi do português, claro. E o autor, português, até concordará.

2) ‘1808’, de Laurentino Gomes (Globo)

'1808', de Laurentino Gomes / Divulgação
‘1808’, de Laurentino Gomes / Divulgação

1808, o maior fenômeno de vendas do mercado editorial brasileiro na categoria não-ficção nos últimos anos, será relançado na Bienal Internacional de São Paulo em versão atualizada e ampliada pela Globo Livros. Entre outras novidades, o livro, que já vendeu mais de 1 milhão de exemplares, trará um capítulo inédito com informações até hoje pouco conhecidas a respeito da criação do Reino Unido de Brasil, Portugal e Algarves, que completa duzentos anos em 2015. Também na Bienal será apresentada pela primeira vez a versão em e-book do livro 1808, que até agora não estava disponível para os leitores brasileiros.

Considerada por muitos historiadores como a mais importante decisão tomada pelo príncipe regente e futuro rei Dom João VI durante os treze anos de permanência da corte portuguesa no Rio de Janeiro, a efetivação do Reino Unido colocou um ponto final no período colonial brasileiro e deu início de fato ao processo de Independência do país.

“Foi uma decisão tomada praticamente à revelia da corte portuguesa no Rio de Janeiro e anunciada na Europa muito antes de que os próprios brasileiros e portugueses tomassem conhecimento dela.”

Lançado originalmente na Bienal do Rio de Janeiro de 2007, 1808 permanece há sete anos consecutivos na lista dos livros mais vendidos, um recorde no mercado editorial brasileiro na categoria não-ficção. Publicado em português e inglês, atualmente suas edições internacionais estão disponíveis em mais de vinte países, incluindo Portugal, Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, Nova Zelândia, Índia e África do Sul. Sua versão estrangeira mais recente chegou ao mercado norte-americano em setembro do ano passado com o título 1808: The Flight of the Emperor, pela editora Lyons Press, de Connecticut.

No Brasil, a nova edição revista e ampliada é publicada pela Globo Livros, editora também responsável pela publicação, em 2012, do livro 1889, sobre a Proclamação da República. É o terceiro e último volume da trilogia do autor sobre as três mais importantes datas da construção do Brasil durante o Século XIX, que inclui ainda 1822, sobre a Independência. No começo deste ano também foi lançada a edição juvenil de 1889, para estudantes e leitores mais jovens.

Laurentino

 

3) ‘As Barbas do Imperador’, de Spacca e Lilia Moritz Schwarcz (Quadrinhos na Cia)

'As Barbas do Imperador', de Spacca e Lilia Moritz Schwarcz / Divulgação
‘As Barbas do Imperador’, de Spacca e Lilia Moritz Schwarcz / Divulgação

Misto de ensaio interpretativo e biografia de d. Pedro II, As barbas do imperador, de Lilia Moritz Schwarcz, foi um marco na historiografia brasileira, apresentando uma visão nova e reveladora de nosso passado. O livro materializava o mito monárquico ao descrever, por exemplo, a construção dos palácios, a mistura de ritos franceses com costumes brasileiros, a maneira como a boa sociedade praticava a arte de bem civilizar-se, a criação de medalhas, emblemas, dísticos e brasões, a participação do monarca e o uso de sua imagem em festas populares. Promovendo um diálogo fértil entre sua argumentação e a riquíssima iconografia da época, a autora mostrava de que maneira a monarquia brasileira se tornou um mito não apenas vigoroso, mas extremamente singular. Nesta edição em quadrinhos de As barbas do imperador, Schwarcz volta à parceria com o premiado ilustrador Spacca, na dobradinha que já rendeu o best-seller D. João Carioca. Agora, Spacca conduz o leitor a um verdadeiro passeio pelos temas do livro, transpondo a linguagem do ensaio e da biografia ao universo das hqs de forma vibrante e esclarecedora. Dezenas de personagens da nossa história circulam pelos desenhos de Spacca, que recriou com fidelidade toda uma época, convertendo documentos, retratos, pinturas e obras arquitetônicas numa narrativa de tirar o fôlego.

Spacca tb ilustrou ‘D. João carioca – a corte portuguesa chega ao Brasil (1808 – 1821)’

 'D. João carioca – a corte portuguesa chega ao Brasil (1808 – 1821)' / Divulgação
‘D. João carioca – a corte portuguesa chega ao Brasil (1808 – 1821)’
/ Divulgação

 

4) ‘Guia politicamente incorreto da história do Brasil’, de Leandro Narloch (Leya Brasil)

'Guia politicamente incorreto da história do Brasil', de Leandro Narloch / Divulgação
‘Guia politicamente incorreto da história do Brasil’, de Leandro Narloch / Divulgação

O jornalista Leandro Narloch levantou estudos recentes sobre a História do Brasil para reavaliar conceitos arraigados – o ideal do bom selvagem e o massacre da Guerra do Paraguai, por exemplo – e desconstruir mitos – alguns dos autores mais incensados da Língua Portuguesa, como Machado de Assis. O resultado de pesquisas de historiadores que não se renderam à educação tradicional à qual todos somos passados a ferro na escola surge no livro ‘Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil’ num texto bem humorado e fluido que nos leva a refletir sobre os papéis de mocinho e bandido. Baseado em farta bibliografia, Narloch revê o Brasil e traz a luz histórias que poderiam ficar restritas às estantes especializadas das livrarias. O livro está dividido em nove capítulos: Índios, Negros, Escritores, Samba, Guerra do Paraguai, Aleijadinho, Acre, Santos Dumont e Comunistas. Sem negar as qualidades ou os erros que a História do país e alguns brasileiros acumularam ao longo de cinco séculos, Narloch propõe um olhar mais curioso e menos acomodado.

Recentemente a Leya publicou o Guia Politicamente Incorreto Dos Presidentes da República, de Paulo Schmidt:

'Guia Politicamente Incorreto Dos Presidentes da República', de Paulo Schmidt / Divulgação
‘Guia Politicamente Incorreto Dos Presidentes da República’, de Paulo Schmidt / Divulgação

 

5) ‘Getúlio 1882 – 1930 – Dos Anos de Formação À Conquista do Poder’, de Lira Neto (Companhia das Letras)

'Getúlio 1882 - 1930 - Dos Anos de Formação À Conquista do Poder', de Lira Neto / Divulgação
‘Getúlio 1882 – 1930 – Dos Anos de Formação À Conquista do Poder’, de Lira Neto / Divulgação

“Em uma das páginas de seu Diário, escrito entre 1930 e 1942, Getúlio Vargas anotou: ‘gosto mais de ser interpretado do que de me explicar’. Essa observação parece ser um desafio irônico para quem buscasse entendê-lo, em vida ou ao longo da história. Lira Neto está entre os autores que aceitaram o desafio. Seu livro contribui significativamente para a compreensão do personagem que, para bem ou para mal, foi a maior figura política do Brasil, no século XX. Este primeiro volume da trilogia Getúlio vai do nascimento de Vargas à sua ascensão ao poder, no bojo da revolução de 1930. O estilo jornalístico do autor resulta num texto fluente, que evita, ao mesmo tempo, os recursos fáceis e a banalidade. Com base numa impressionante pesquisa, Lira Neto narra, com brilho e riqueza de detalhes, a história da vida pessoal e da vida pública de Getúlio, dos tempos do Rio Grande do Sul à entrada na cena política da Capital da República.” Boris Fausto

‘Getúlio 1930-1945 – do Governo Provisório À Ditadura do Estado Novo’, de Lira Neto (Companhia das Letras)

'Getúlio 1930-1945 - do Governo Provisório À Ditadura do Estado Novo', de Lira Neto / Divulgação
‘Getúlio 1930-1945 – do Governo Provisório À Ditadura do Estado Novo’, de Lira Neto / Divulgação

Reconstituindo os mandatos de Getúlio no Palácio do Catete como chefe do Governo Provisório (1930-4), presidente constitucional (1934-7) e, por fim, ditador (1937-45), bem como os meandros de sua vida privada, a segunda parte da biografia monumental demonstra a astúcia calculista do gaúcho de São Borja em sua plenitude. Livre das amarras da “carcomida” Constituição de 1891, Getúlio procurou estabelecer uma agenda nacionalista e estatizante de desenvolvimento socioeconômico enquanto, no plano político, engendrava complicadas maquinações palacianas para manter opositores e apoiadores — entre comunistas e militares, camisas-verdes e sindicalistas — sob a égide de sua autoridade pessoal. A Revolução Constitucionalista de 1932, a “intentona” comunista de 35 e o putsch integralista em maio de 38, fragorosamente derrotados pelo governo, foram os mais sérios desafios à perpetuação de Vargas no

Executivo federal. Por outro lado, a eleição indireta e a Constituição de 1934, além do golpe de mão do Estado Novo, simbolizaram os momentos de triunfo inconteste do poder getulista.

No plano externo, a eclosão da Segunda Guerra Mundial marcou a reaproximação do ditador com as potências aliadas e, internamente, a decadência do regime estadonovista. Pressionado pela diplomacia norte-americana e por ataques alemães a embarcações brasileiras, Vargas envolveu o país no conflito europeu motivado por interesses econômicos. Mas a contradição entre lutar pela democracia na Europa e exercer o poder ditatorial no Brasil acabaria minando sua sustentação nos quartéis.

Amparado pela máquina de propaganda do famigerado Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), o caudilho se tornou um mito popular, status que preservou mesmo após a humilhante deposição em 1945. “Pai dos pobres” ou déspota do populismo, Getúlio e sua primeira passagem pelo Catete ainda hoje inflamam os seguidores e críticos de seu contraditório legado histórico.

‘Getúlio (1945-1954) – da Volta Pela Consagração Popular ao Suicídio’, de Lira Neto (Companhia das Letras)

'Getúlio (1945-1954) - da Volta Pela Consagração Popular ao Suicídio', de Lira Neto / Divulgação
‘Getúlio (1945-1954) – da Volta Pela Consagração Popular ao Suicídio’, de Lira Neto / Divulgação

Na terceira e última parte da consagrada série biográfica sobre Getúlio Vargas, Lira Neto reconstitui os acontecimentos políticos e pessoais mais importantes dos anos finais do ex-presidente. Entre a deposição por um golpe militar, em outubro de 1945, e o suicídio, em agosto de 1954, o livro revela como a história do Brasil se entrançou com a vida de Getúlio, inclusive enquanto afastado do poder.

“Entrei para o governo por uma revolução, saí por uma quartelada”, lamentou-se Getúlio Vargas numa carta enviada de seu exílio rural em São Borja (RS), em novembro de 1945, ao amigo e correligionário João Neves da Fontoura. Depois de quinze anos no Palácio do Catete, emendando na sequência da Revolução de 1930 a chefia dos governos provisório e constitucional e a ditadura do Estado Novo, Getúlio fora obrigado a se retirar para sua região natal, na fronteira entre o Brasil e a Argentina, pelos mesmos militares que haviam apoiado seu projeto nacionalista de poder.

Os tempos estavam mudados, a Segunda Guerra Mundial já era história e ao ex-ditador, convertido num modesto estancieiro, apenas restavam as distrações das cavalgadas, do mate e dos charutos.

Mas Getúlio, animal político com aguçado senso de sobrevivência, não estava totalmente acabado, apesar do que pensavam os jornais do Rio de Janeiro, quase todos alinhados ao conservadorismo da União Democrática Nacional (UDN) e do Partido Social Democrático (PSD).

Sua filha Alzira — que havia permanecido na capital federal na companhia do marido, Ernani do Amaral Peixoto, e da mãe, Darcy — tornou-se uma espécie de embaixadora plenipotenciária do getulismo, possibilitando ao ex-presidente perscrutar os bastidores do governo do general Eurico Gaspar Dutra e manter o controle sobre o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Com sua consagradora eleição ao Senado e as imunidades de constituinte, em 1946 Getúlio pôde voltar ao Rio de Janeiro num primeiro movimento de preparação do almejado retorno ao Catete.

Mas a hostilidade aberta da oposição udenista e as tentações de uma velhice tranquila no pampa gaúcho fizeram de seu mandato parlamentar pelo PTB um breve interlúdio do confinamento em São Borja, com raras aparições em plenário. Alzira, sempre no Rio, permaneceu no entanto sua conselheira e informante privilegiada por meio de detalhadas cartas-relatórios.

Apesar da derrota de candidatos que havia apoiado nas eleições regionais de 1947 e 48, Getúlio deu sinais à imprensa, com a sagacidade que lhe era peculiar, de que poderia tentar reconquistar o protagonismo político. O movimento queremista, que jamais havia se apagado, explodiu em todo o país, exigindo a candidatura do senador e “pai dos pobres” à presidência da República.

O retorno triunfal ao Catete, com a esmagadora votação obtida nas eleições de outubro de 1950, deu início a um dos períodos mais conturbados da política brasileira. A oposição ferrenha do udenismo e da imprensa, personificada pelo jornalista Carlos Lacerda, combateu incessantemente todas as iniciativas populares (ou populistas) do segundo governo Getúlio. Realizações como a fundação da Petrobras e o aumento do salário mínimo foram ofuscadas por um sinistro clima de guerra psicológica.

O “mar de lama” denunciado à exaustão por seus inimigos manietou o envelhecido presidente, dividido entre os afagos à classe trabalhadora e a obediência devida à praxe anticomunista da Guerra Fria. O atentado a Lacerda — coberto ainda hoje de mistérios e para o qual o livro apresenta múltiplas possibilidades e versões —, no início de agosto de 1954, foram a senha para a precipitação dos acontecimentos. Acuado por um iminente golpe militar, Getúlio chegou a esboçar uma resistência, mas, politicamente isolado, preferiu o suicídio à desonra da renúncia.

Nos sessenta anos desse desfecho trágico, Lira Neto reconstitui todos os lances do tenso xadrez político que se entrelaçou com os últimos anos da vida de Getúlio. Amparado numa minuciosa pesquisa, que incluiu centenas de livros e milhares de páginas de manuscritos e documentos originais, o autor elucida um período capital da história do Brasil e interpreta a personalidade de seu mais importante ator político no século XX.

 

6) ‘Jk – O Artista do Impossível’, de Claudio Bojunga (Ponto de Leitura)

'Jk - O Artista do Impossível', de Claudio Bojunga / Divulgação
‘Jk – O Artista do Impossível’, de Claudio Bojunga / Divulgação

Este livro conta a história de um homem, de uma época e de um país. Um homem que ousou governar com imaginação, uma época em que os brasileiros deram as costas à derrota – e viveram o sonho intenso de serem modernos, cosmopolitas, viáveis. Este livro é uma reparação ao mais republicano dos presidentes e uma tentativa de entender por que um regime dinâmico e livre foi o verdadeiro ‘regime de exceção’ na história do Brasil do século XX.

 

7) ‘A Ditadura Militar e Os Golpes Dentro do Golpe 1964 – 1969’, de Carlos Chagas (Record)

'A Ditadura Militar e Os Golpes Dentro do Golpe 1964 - 1969', de Carlos Chagas / Divulgação
‘A Ditadura Militar e Os Golpes Dentro do Golpe 1964 – 1969’, de Carlos Chagas / Divulgação

Recorrendo à forma que consagrou nos dois volumes de O Brasil sem retoque (2001), bestsellers ainda hoje referenciais, Chagas mais uma vez explora a história contada por jornais e jornalistas para destrinchar, com cores e vozes da época, num ritmo que só mesmo a pena de um grande narrador poderia imprimir, não apenas o espinhoso e sombrio período entre 1964 e 1969 como também os dez delicados anos que precederam a tomada de poder pelos militares. Um livro essencial para o entendimento desse capítulo da História do Brasil.

 

8) ‘Brasil – Uma História’, de Eduardo Bueno (Leya)

'Brasil - Uma História', de Eduardo Bueno / Divulgação
‘Brasil – Uma História’, de Eduardo Bueno / Divulgação

QUEM SOMOS, DE ONDE VIEMOS, PARA ONDE VAMOS E, SE VAMOS, CONSEGUIREMOS CHEGAR?

Há mais de cinco séculos diz-se que o Brasil é o país do futuro. O problema, é que nunca chegamos lá. Procurando sanar esse problema, Eduardo Bueno tira a História da prisão das salas de aula e a leva para as ruas. Transforma-a em conversa de mesa de bar, a leva para favelas, esquinas, ruas, shoppings, estádios

de futebol. Afinal ela é viva e pulsa. Uma revisão da história do país para podermos responder a todas as nossas perguntas.

Em Brasil – Uma história, Eduardo Bueno atualiza seu famoso livro, incluindo fatos como a posse de Dilma Roussef e o julgamento do Mensalão. Publicado primeiramente em fascículos nos jornais Folha de São Paulo, Zero Hora e Extra, Brasil – Uma história ganha uma edição compacta e atualizada com uma análise dos cinco séculos do nosso país de uma maneira pouco convencional.

9) ‘Brasil – Uma Biografia’, de Lilia Moritz Schwarcz e Heloísa Starling  (Companhia das Letras)

'Brasil - Uma Biografia', de Lilia Moritz Schwarcz e Heloísa Starling / Divulgação
‘Brasil – Uma Biografia’, de Lilia Moritz Schwarcz e Heloísa Starling / Divulgação

Aliando texto acessível e agradável, vasta documentação original e rica iconografia, Lilia Moritz Schwarcz e Heloísa Starling propõem uma nova (e pouco convencional) história do Brasil. Nessa travessia de mais de quinhentos anos, se debruçam não somente sobre a “grande história” mas também sobre o cotidiano, a expressão artística e a cultura, as minorias, os ciclos econômicos e os conflitos sociais (muitas vezes subvertendo as datas e eventos consagrados pela tradição). No fundo da cena, mantêm ainda diálogo constante com aqueles autores que, antes delas, se lançaram na difícil empreitada de tentar interpretar ou, pelo menos, entender o Brasil. A história que surge dessas páginas é a de um longo processo de embates e avanços sociais inconclusos, em que a construção falhada da cidadania, a herança contraditória da mestiçagem e a violência aparecem como traços persistentes.

 

10) ‘História do Futuro – o Horizonte do Brasil No Século XXI’, de Mirian Leitão (Intrínseca)

'História do Futuro - o Horizonte do Brasil No Século XXI', de Mirian Leitão / Divulgação
‘História do Futuro – o Horizonte do Brasil No Século XXI’, de Mirian Leitão / Divulgação

“História do Futuro” é um grandioso livro de reportagem em que a jornalista Míriam Leitão mapeia o território do que está por vir com base em entrevistas, viagens, análises de dados e depoimentos de especialistas, depois de três anos de pesquisas. Ela aponta tendências que não podem ser ignoradas em áreas como meio ambiente e clima, demografia, educação, economia, política, saúde, energia, agricultura, tecnologia, cidades e mundo. E adianta que o futuro será implacável para os países que não se prepararem para ele.

 

2 Comentários

  • Edson Luiz Parisotto

    Há um erro de revisão na última oração do segundo parágrafo do item 2 que se refere ao livro “‘1808″. A data 2014 é, obviamente, um equívoco: “A criação do Reino Unido foi decidida no Congresso de Viena em meados de 2014, …”. Aproveito para elogiar o excelente artigo.

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