Coberturas

Eventos literários oferecem liberdade de escolha

Profissionais e leitores comentam sobre a importância de promover a leitura no Salão FNLIJ

17º Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens / Foto: Vai Lendo
17º Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens / Foto: Vai Lendo

Crianças por todos os lados, um espaço amplo e personalizado, muitas histórias e diversão. Um passatempo cada vez mais recorrente entre pais e filhos, que aproveitam juntos as atrações oferecidas pelo evento e se espalham pelo local repleto de almofadas coloridas. Não se trata de um parque de diversões ou de uma casa de festas, mas de um evento literário voltado para crianças e jovens. Esse é o clima do 17º Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens, que acontece até o dia 21 de junho no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro.

A ilustradora Marilia Pirilo / Foto: Vai Lendo
A ilustradora Marilia Pirilo / Foto: Vai Lendo

A ilustradora Marilia Pirilo, que marcou presença no Salão FNLIJ para lançar o livro A Canoa que Virou Coisa, escrito por Luiz Raul Machado e ilustrado pela própria, da editora Nova Fronteira, também estava encantada com a participação dos jovens leitores e destacou que os eventos literários são fundamentais para estimular o hábito da leitura, oferecendo a liberdade para que as crianças escolham exatamente aquilo que desejam ler.

“O interesse pela leitura se faz muito do exemplo”, declarou Marilia ao Vai Lendo. “A criança se interessa pelo livro quando vê outras pessoas lendo. Pode ser o pai, a mãe, a professora, os colegas de escola. Então, quando ela vem a um evento como esse, ela percebe que existe, sim, muita gente apaixonada por livros, que os livros são apaixonantes. Nesses eventos, a criança percebe ainda a quantidade de livros que existem e que estão ali para ela escolher. Ela, como leitora, tem que ser ativa nessa escolha, no que lhe interessa. Dentro de algumas escolas ela já fica um pouco direcionada, restrita aos livros que a professora indica. Quando vem ao Salão, por exemplo, já tem esse exercício da liberdade de poder ver e escolher o que lhe interessa”.

A professora Vera, que acompanhava a neta, Gabriela, de apenas seis anos, também compartilhou da mesma opinião, ressaltando que a formação de novos leitores deve começar desde cedo, com o estímulo da família. Ela ainda destacou o papel dos livros na capacidade de se criar indivíduos com opiniões críticas.

“A formação de leitores deve vir desde a infância”, afirmou a professora. “Eu acho sensacional esta oportunidade de as crianças conhecerem os livros. É bom propiciar esses movimentos literários com as crianças desde cedo, já que o nosso país não dá incentivo à leitura. O livro faz pensar. É o que falta nas pessoas, hoje em dia. Ter uma atitude mais crítica diante da realidade, de tudo o que se vê por aí”.

Ilustrações do livro 'A Canoa que Virou Coisa', feitas por Marilia Pirilo/ Divulgação
Ilustrações do livro ‘A Canoa que Virou Coisa’, feitas por Marilia Pirilo/ Divulgação

Marilia , por sua vez, defendeu também que os clássicos, apesar de importantes na trajetória dos leitores, não devem ser o portal de entrada para a leitura literária, uma vez que, segundo a ilustradora, os primeiros passos de um novo leitor devem ser dados junto com a alfabetização, ou, até mesmo, um pouco antes.Tudo para que as crianças e jovens já comecem a compreender a realidade em que vivem, o próprio ser humano.

“Os clássicos são importantes, mas para um leitor já desenvolvido”, explicou ela. “Quando a criança é mais nova, é válido começar, até mesmo, pelos livros só de imagens, sem texto, para que ela já aprenda a manusear o livro, a perceber todo o processo da leitura e o que ela representa. As histórias nos trazem um senso de comunhão do ser humano, porque a personagem passa por situações com as quais você se identifica e acaba se projetando nela. A leitura literária é um pouco multiplicadora de olhares, de leituras do mundo, da diversidade do ser humano, da cultura”.

 

 

Jornalista de coração. Leitora por vocação. Completamente apaixonada pelo universo dos livros, adoraria ser amiga da Jane Austen, desvendar símbolos com Robert Langdon, estudar em Hogwarts (e ser da Grifinória, é claro), ouvir histórias contadas pelo próprio Sidney Sheldon, conhecer Avalon e Camelot e experimentar a magia ao lado de Marion Zimmer Bradley, mas conheceu Mauricio de Sousa e Pedro Bandeira e não poderia ser mais realizada "literariamente". Ainda terá uma biblioteca em casa, tipo aquela de "A Bela e a Fera".

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