Resenhas

Almanegra – Trilogia Incarnate – Volume 2, de Jodi Meadows | Resenha

‘Almanegra’: uma continuação para a eternidade

Viver para sempre e ter a chance de recomeçar ou viver intensamente uma única vez? Em Almanegra, segundo volume da trilogia Incarnate, publicado pela editora Valentina, Jodi Meadows aprofunda os questionamentos sobre as almas e as reencarnações, bem como traz novos conflitos e reflexões que dão um ritmo intenso e sensível à continuação da saga de Ana, a almanova.

Neste segundo livro, Ana segue tentando viver à sua própria maneira, aprendendo e absorvendo tudo o que pode de um mundo já conhecido por todos há cinco mil anos, mas que, para ela, é totalmente desconhecido e inédito. Como se não bastasse ser a única almanova, ela ainda precisa lidar com as consequências do Escurecimento do Templo, provocado por seu pai. Agora, ela também recebe a culpa pela perda definitiva de vários cidadãos de Hart e pelas almanovas que irão nascer em seu lugar. E ainda entender o comportamento incomum das sílfides, que parecem agir de maneira diferente perto dela. Desejando apenas poder viver e amar como qualquer cidadão de Hart, Ana terá que lutar por si, pelas almanovas e pelo seu amor, se é que ela pode amar.

Almanegra me impressionou. Positivamente. Sempre falo isso em minhas resenhas de continuações, mas eu acho muito complicado avaliar um segundo livro de uma série e/ou trilogia, uma vez que, para mim, um segundo volume é basicamente uma transição, uma preparação para o clímax, para o volume final. Então, quando um segundo livro consegue não apenas manter o ritmo do primeiro e, às vezes, ser ainda melhor, eu me empolgo. Muito. Como me empolguei com Almanegra

Jodi desenvolveu mais as questões referentes às almanovas, portanto, tivemos maiores esclarecimentos sobre as origens de Ana e o significado de sua existência. Ao mesmo tempo, com as almanegras, a autora também aumentou o debate sobre segregação, preconceito, igualdade e os conflitos sociais, tocando em questões muito importantes e profundas. Sendo fantasia, Almanegra conseguiu trazer seriedade a essas reflexões, sem, contudo, perder a magia e/ou a leveza, nos momentos oportunos. O livro aborda bastante essa dificuldade de a sociedade conviver com o que ela considera diferente para os seus padrões, bem como a acomodação, que, muitas vezes, entra em conflito com a própria ética. 

Ana, por sua vez, segue com sua personalidade forte e cativante. E melhorada neste segundo livro. Mais forte, mais destemida e determinada a sobreviver e a proteger os seus. É emocionante vê-la se descobrir, desabrochar e, mais do que isso, superar seus medos, sua insegurança e lutar. Sam, como sempre, é encantador. E o romance dos dois é de arrancar suspiros. Achei muito interessante alguns questionamentos levantados pela autora no quesito relações pessoais, através dos dois e de suas diferenças. E tudo com naturalidade. Menção honrosa para alguns novos personagens apresentados na história (oi, Cris)e para os coadjuvantes que desempenharam papéis fundamentais para garantir esse ritmo frenético e surpreendente da obra. 

Almanegra fala sobre julgamentos, empatia, solidariedade, tirania, compaixão, extremismo e esperança. Fala de amor. Um amor que transcende a morte. Eterno. Imortal. É romance. É fantasia. É forte. É delicado. E, depois disso, mal posso esperar para saber como essa história termina.

Jornalista de coração. Leitora por vocação. Completamente apaixonada pelo universo dos livros, adoraria ser amiga da Jane Austen, desvendar símbolos com Robert Langdon, estudar em Hogwarts (e ser da Grifinória, é claro), ouvir histórias contadas pelo próprio Sidney Sheldon, conhecer Avalon e Camelot e experimentar a magia ao lado de Marion Zimmer Bradley, mas conheceu Mauricio de Sousa e Pedro Bandeira e não poderia ser mais realizada "literariamente". Ainda terá uma biblioteca em casa, tipo aquela de "A Bela e a Fera".

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