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Aleph, a editora para nerd nenhum colocar defeito

Na semana em que comemoramos o Dia do Orgulho Nerd, saiba mais sobre a editora Aleph, responsável por alavancar o gênero da ficção científica no Brasil

Eles já foram alvos constantes de preconceito. Incompreendidos e rejeitados. Hoje, no entanto, eles dominam a TV, o cinema e ganham cada vez mais espaço no mercado literário. Ser nerd é mais do que uma opção de escolha. É praticamente uma ideologia. Na semana em que comemoramos o Dia do Orgulho Nerd, nós, do Vai Lendo – alguns nerds assumidos e outros, simpatizantes -, não poderíamos ficar de fora! Por isso mesmo, preparamos conteúdos especiais para os nossos leitores. E não poderíamos começar de uma maneira melhor, falando sobre uma editora que, seja você nerd ou não, ocupa um espaço muito importante nesse mercado literário de nicho e é responsável por colocar nas nossas estantes alguns dos maiores clássicos de ficção científica. É claro que estamos falando da Aleph.

‘A trilogia Sprawl’ de William Gibson / Divulgação Facebook Editora Aleph

Há mais de 30 anos no mercado, a Aleph sempre se destacou pelo catálogo variado principalmente no gênero da ficção científica, que, até então, era pouco explorado pela editoras brasileiras, com nomes como Philip K. Dick (Um Reflexo na Escuridão), William Gibson (Neuromancer), Isaac Asimov (Eu, Robô), Anthony Burgess (Laranja Mecânica), Frank Herbert (Duna), Arthur C. Clarke (2001) e Timothy Zahn (Star Wars).Consciente da importância de disponibilizar esses títulos para o seu público, a Aleph procura estabelecer a mistura perfeita entre as novidades e os clássicos. Tudo para leitor nenhum colocar defeito.

“Os editores procuram estar sempre atentos às tendências e aos lançamentos nacionais e internacionais do gênero literário com o qual trabalham”, explicou Barbara Prince, editora da Aleph, ao Vai Lendo. “É preciso desenvolver um feeling quanto às obras relevantes e interessantes para o mercado. No caso da Aleph, que trabalha principalmente com clássicos, essa atenção às novidades anda junto com um cuidado com os autores mais tradicionais. Procuramos selecionar as obras mais relevantes e mais aclamadas dos autores com os quais trabalhamos e apostar nesses títulos. Às vezes, são obras que estão fora do mercado há muitos anos e que por isso já têm um público esperando por elas”.

Divulgação / Facebook Editora Aleph

Como uma das primeiras editoras claramente de nicho, a Aleph tem a responsabilidade de atender a um público cada vez mais exigente. Para Barbara, lidar com o nicho é um desafio, mas, por outro lado, a segmentação permitiu ao mercado entender melhor os gostos dos leitores. Referência também na parte gráfica, graças à bela repaginação de obras clássicas, a Aleph, ressaltou a sua editora, tem um cuidado redobrado não apenas nessa etapa, mas em todo o processo de editoração do livro, justamente para garantir ao público uma experiência de leitura completa, tanto no papel quanto no formato digital.

‘Duna’, de Frank Herbert / Divulgação Facebook Editora Aleph

“Os livros para nichos estão crescendo, em grande parte devido ao aumento de demanda desses nichos”, indicou Barbara. “O mercado está aprendendo a ouvir o que o público quer ler e atender isso na medida do possível. Atender públicos de nicho, em especial quando se trabalha com fãs, é um desafio. Fãs são apaixonados e exigentes, e é preciso redobrar os cuidados editoriais quando se lida com uma obra que é muito querida para seus leitores. Para isso, procuramos entender do que os leitores gostam e também trazer inovações que possam agradar a eles. Toda a equipe da Aleph é apaixonada por livros bem feitos. Nós gostamos, tanto quanto os leitores, de ter livros bonitos na estante. Mas acreditamos que isso não é o mais importante em uma edição, então, antes da capa e do projeto gráfico, o nosso cuidado começa com a tradução e segue por todas as etapas do texto – a experiência do leitor deve ser a mais fiel possível à leitura do original. Os livros impressos muitas vezes ganham o público pelo cuidado com o visual da edição, e há muitos leitores que também preferem fazer a leitura em papel, mas também temos muitos leitores que consomem e-books da Aleph”.

Fundamental para ajudar a propagar a cultura nerd no meio literário, a Aleph, agora, acompanha a tendência e coloca o gênero da ficção científica ainda mais ao alcance de todos. Barbara, inclusive, rechaçou o preconceito e defendeu que os títulos podem, sim, trazer questões relevantes e interessantes para todo o tipo de público.

Divulgação / Facebook Editora Aleph

“Acho que um dos motivos da aceitação maior da cultura nerd nos últimos anos foi o aumento da popularidade de filmes de super-heróis e outros produtos da mídia, como a série The Big Bang Theory“, concluiu. “De repente, quem nunca gostou de coisas nerds passa a ter curiosidade sobre os conteúdos voltados para esse público e a consumi-los sem preconceitos. E, no fim, os preconceitos não são justificados – os conteúdos podem ser tão interessantes e relevantes quanto outros. A gente vê isso muito na literatura. Dá para vender livros de ficção científica para nerds, mas também para quem nunca pensou em experimentar essa literatura. Basta explicar questões interessantes de cada livro e a importância deles, que sempre vai muito além da ambientação futurística ou alienígena. É muito bom ver o trabalho da editora sendo cada vez mais reconhecido e valorizado. Produzir para um pequeno nicho é bom, mas ver o nicho crescer cada vez mais é ótimo, tem espaço para todo mundo. Eu acredito que, hoje, a Aleph tem uma grande responsabilidade como influenciadora. Vemos leitores que estavam esperando nossos títulos há um tempo, mas também há quem desconheça o livro e decida ler. Mas trazer de volta ao mercado as obras que admiramos e que são fundamentais para o gênero é o mais importante para nós”.

Jornalista de coração. Leitora por vocação. Completamente apaixonada pelo universo dos livros, adoraria ser amiga da Jane Austen, desvendar símbolos com Robert Langdon, estudar em Hogwarts (e ser da Grifinória, é claro), ouvir histórias contadas pelo próprio Sidney Sheldon, conhecer Avalon e Camelot e experimentar a magia ao lado de Marion Zimmer Bradley, mas conheceu Mauricio de Sousa e Pedro Bandeira e não poderia ser mais realizada "literariamente". Ainda terá uma biblioteca em casa, tipo aquela de "A Bela e a Fera".

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