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Globo Livros lança o Globo Alt, seu novo selo jovem

Em evento realizado para blogueiros do Rio de Janeiro, a Globo Livros apresentou o seu novo selo jovem, Globo Alt, anunciou os seus lançamentos e debateu sobre o papel dos jovens leitores no mercado editorial

“Narrativas criadas para jovens leitores que já nasceram conectados, são inquietos e aptos por novidades”. Essa é a proposta do Globo Alt, o novo selo jovem da Globo Livros, que foi apresentado na última sexta-feira (4) para blogueiros do Rio de Janeiro, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon. O Vai Lendo marcou presença no evento e teve a oportunidade de conhecer a equipe da editora, que mostrou estar preparada para atrair esse público que, cada vez mais, lidera os rankings de leitura, com títulos nacionais e internacionais de muita qualidade.

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Eugenia Ribas Vieira, editora da Globo Livros, e Sarah Czapski, editora assistente / Foto: Vai Lendo

Harry Potter, por exemplo, foi um divisor de águas porque se viu que o best-seller pode ser direcionado a um leitor muito jovem”, explicou Eugenia Ribas Vieira, editora da Globo Livros ao Vai Lendo. “Leitores de 12 anos consumindo 500 páginas. Então, a partir disso, se percebeu e se criou um leitor ávido por histórias, principalmente no Brasil. Nosso leitor novo está muito preso ao que a escola manda ou aos livros que o vestibular vai cobrir. É importante, sim, uma educação literária com Machado de Assis e Clarice Lispector, mas não é necessariamente um livro que vai dialogar com o leitor jovem. Pela primeira vez, esse leitor jovem encontrou uma fala que o representasse. Eu acho que os livros, que vieram a seguir tentam sempre dialogar com esse leitor. E o nosso mercado vem recebendo esses livros muito bem. O próprio Fúria Vermelha (primeiro volume da trilogia Red Rising, de Piere Brown, publicado pela Globo Livros) estourou lá nos EUA. A gente está muito feliz que o jovem está lendo e querendo encontrar uma voz. Acho que também tem a questão da autopublicação, na qual, além da leitura, esse jovem vira autor. Ele escreve e se comunica através das suas histórias. Publica sem as fronteiras da editora. Esse ano, nós apostamos em duas autopublicações: Meu Romeu, de Leisa Rayven, e Atlântida, de A.G. Riddle. Sem medo, porque esses livros são perfeitos como história e também alcançam o público que querem”.

Criado há um mês, o Globo Alt partiu justamente da cabeça de duas representantes de seu público alvo: Veronica Gonzalez e Jéssica Ferrara que, na época, eram estagiárias da editora e pensaram no projeto a partir da demanda da própria Globo Livros. Animadas e com muita determinação, elas defenderam a importância de se prestar atenção aos jovens leitores. Tanto que entrevistaram cerca de 2.500 pessoas em sua pesquisa de mercado para comprovar que não apenas os jovens estão lendo muito, como essa tendência torna necessária a criação de um selo para atender especificamente esse tipo de público, de maneira mais perceptiva. E a ideia deu tão certo que elas ainda foram indicadas e tiveram o seu trabalho reconhecido ao serem finalistas do Prêmio Jovens Talentos da Indústria do Livro, criado pelo PublishNews, em colaboração com a Feira do Livro de Frankfurt e patrocínio do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel).

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Veronica Gonzalez e Jéssica Ferrara / Foto: Vai Lendo

“A Globo Livros já publicava esse tipo de livro, mas as pessoas não sabiam”, declararam. “Nós vimos que o mercado editorial está aquecido para isso. Então, fizemos essa pesquisa que comprovou o que já sabíamos: o jovem lê muito. Todos os anos, a Globo Livros lança um desafio de fazer um projeto de alguma área da editora que dê dinheiro e seja inovador. O nosso era um projeto em que ninguém acreditava. Diziam que não iria rolar, mas que tínhamos que fazer e convencê-los. E foi incrível.  Depois, fomos ganhando a confiança deles. Claro, eles também não vão abrir as portas para uma ideia que não tem base. Nós pesquisamos, fomos às bienais, monitoramos os livros mais vendidos, entrevistamos várias pessoas, não só  pela internet. Conforme o projeto tomava corpo, vimos que realmente era prático fazer isso. Não era só um sonho. E eles também viram isso”.

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Laçamentos de autores internacionais do selo Globo Alt / Divulgação

Além da trilogia Red Rising, o selo pretende incluir títulos dos mais variados gêneros, como chick-lit, sick-lit, distopias e fantasias. Com alguns best-sellers, como Amor em Jogo, de Simone Elkeles, Battle Royale, de Koushun Takami, Deixa Ela Entrar (livro que serviu de inspiração para dois filmes), de John Ajvide Linqvist, Redoma, de Meg Wolitzer, além dos já citados Meu Romeu e Atlântida, entre outros, o Globo Alt também quer abraçar os talentos nacionais e investir na literatura brasileira, pois acredita que a aproximação entre os leitores e os autores é fundamental para estimular essa relação de confiança e identificação com a marca e principalmente com os livros. Os pioneiros do selo são Quando Saturno Voltar, de Laura Conrado, e Branca dos Mortos e os Sete Zumbis, de Fabio Yabu.

“O autor nacional, com certeza, vai se comunicar melhor com o leitor brasileiro”, afirmou Eugenia. “As questões da Laura, em Belo Horizonte, por exemplo, a dificuldade com o emprego. Ela é muito brasileira. Ela traz alguém que está começando a vida profissional e amorosa e dialoga perfeitamente com o nosso leitor. Fora isso, eu acho que o autor nacional está presente para poder conversar, trocar. Essas autoras acabam se tornando popstars de verdade”.

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Laçamentos de autores nacionais do selo Globo Alt / Divulgação

Jéssica e Veronica também concordaram e ressaltaram que o fato de, hoje em dia, o autor estar mais acessível ao público facilita significativamente o trabalho. “O autor assumiu uma figura de celebridade. Mas não é uma celebridade que afasta, é  uma celebridade que aproxima. Tem um pouquinho de interesse dele também, mas é nesse diálogo sobre a leitura. 80% do trabalho está aí. O autor conseguir falar. E uma coisa que nos orgulha é que nossos autores são muito participativos. É isso o que interessa. Eles interagem o tempo inteiro. Esse é um movimento que, se não acontecer agora, não está seguindo a tendência. Olha tudo o que está surgindo. Toda a conexão que está acontecendo. Então, a conversa tem que acontecer”.

Para aproximar a Globo Livros, e agora especialmente o Globo Alt, dos jovens, a editora entende que a participação do público é imprescindível para que a proposta possa ser entendida e passada para todos os leitores. Tanto que eles têm investido bastante na interação nas redes sociais e recentemente fizeram uma enquete para a escolha do nome da continuação de Meu Romeu, cujo resultado da votação foi anunciado, em primeira mão, no evento: Minha Julieta.

Anúncio do título vencedor da continuação de 'Meu Romeu', de Leisa Rayven / Facebook Globo Alt
Anúncio do título vencedor da continuação de ‘Meu Romeu’, de Leisa Rayven / Facebook Globo Alt

“Estamos numa fase muito inicial de apresentar o Globo Alt, mostrar que o selo chegou”, disse Eugenia. “Mas a gente quer que vocês percebam na capa do nosso livro, e até na escolha de um título, que vocês participaram. Em Minha Julieta, por exemplo, nós vamos trazer algumas partes de resenhas na quarta capa. Queremos trazer os blogs para as nossas publicações, porque, cada vez mais, a mídia tradicional está perdendo para uma mídia espontânea. E é essa vivacidade que a gente quer ter nos nossos livros. As palavras de vocês. Queremos muito ouvir vocês”.

 

 

Jornalista de coração. Leitora por vocação. Completamente apaixonada pelo universo dos livros, adoraria ser amiga da Jane Austen, desvendar símbolos com Robert Langdon, estudar em Hogwarts (e ser da Grifinória, é claro), ouvir histórias contadas pelo próprio Sidney Sheldon, conhecer Avalon e Camelot e experimentar a magia ao lado de Marion Zimmer Bradley, mas conheceu Mauricio de Sousa e Pedro Bandeira e não poderia ser mais realizada "literariamente". Ainda terá uma biblioteca em casa, tipo aquela de "A Bela e a Fera".

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